Monóculo Difuso
Retalhos. Fragmentos dispersos. De alguém que procurava Absolutidão. Não a encontrou. Restavam as 3 letras, essas, numa mão, e o SL Benfica na outra. Quis agarrar-se a isso como pudesse. Armou-se em parvo e vingou-se no blog.
sábado, 2 de março de 2013
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Che Guevara
domingo, 30 de dezembro de 2012
E porque é um gps em que não podemos confiar de olhos fechados.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Apanhado.
A palavra de que eu gosto mais é não. Chega sempre um momento na nossa vida em que é necessário dizer não. O não é a única coisa efectivamente transformadora, que nega o status quo. Aquilo que é tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade. É o momento em que é necessário dizer não. A fatalidade do não - ou a nossa própria fatalidade - é que não há nenhum não que não se converta em sim. Ele é absorvido e temos que viver mais um tempo com o sim."
José Saramago
No fundo, no fundo, o que é que, de tangível, nos distingue uns dos outros?
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Em frente.
Daquilo que sobrou, engolido pelos escombros do que ficou, ausente, quieto, pelo caminho.
A expectativa, incólume, inocente, forte, de um futuro que não se atingiu. De uma vontade, de ferro, de não ceder. Do medo, inviolável, de perder.
A culpa de não chegar. De ser mais pequeno do que um dia se quis acreditar.
O medo de que o resto, estendido para além do que os olhos podem ver, ou a imaginação alcançar, não esqueça. Não disfarce.
O medo de não ter mais coisa alguma. De caminhar sobre o nada para um tanto que se quis.
Continuar.
Continuar sempre. Em frente.
Porque ninguém é tão forte que corra a vida inteira sem cair. Disse o fraco.
O que se ganha, pelo caminho. O que não se procura mas acontece. E a dificuldade em abraçar tudo.
A paz, inquieta, insuficiente, morna, que advém do que rodeia.
Do que é pequeno. Pequeno, demais, para tamanho caixote.
A angústia de um tempo desconhecido, de passo incógnito, sem direcção ou vontade contáveis. De um preenchimento etéreo que se quis e não se encontrou.
A vontade de um novo princípio. Novo novelo. Nova lã. Novas mãos.
Esperança, firme, de não se ficar. Continuar o assobio, lúgubre, da Absolutidão.
Porque um início é sempre qualquer coisa deste género. Um vórtex difuso.
domingo, 1 de julho de 2012
Retirado da voz de alguém que sabe, muito bem, o que diz.
Concordo, por isso. E também por estar certo.
Versão chunning, mais propriamente.
sábado, 19 de maio de 2012
sábado, 28 de abril de 2012
Secretária. 9,30.
Não sei. Parece um disparate. Mas não sei
Mas uma pessoa pensar morrer por não se sentir feliz já pode.
E o grito desesperado, envergonhado, hesitante, sussurrado, de quem teme não poder fazer nada. Mais nada.
Para os que, irremediavelmente, partiram. Da parte dos que, querendo ou não, ficaram.
terça-feira, 27 de março de 2012
Em frente.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Único contexto de plausível utilização do abominável ponto de exclamação segundo o recente Acordo Ortográfico.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Na hora do iogurte.
terça-feira, 22 de março de 2011
Não vamos por aí.
terça-feira, 8 de março de 2011
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
De pé. Como manda a nossa História.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
No Name.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Civilização. Para quem a quiser.
A abalar.
Não me interessa como, mas quando a nossa equipa voltar a entrar naquele estádio sem medo e olhos nos olhos com aqueles merdosos, independentemente do resultado desse jogo, poderei morrer feliz. Morrerei com a certeza que os últimos 20 anos não se tornam a repetir..."
domingo, 24 de outubro de 2010
Mas nunca deixa de ser surpreendente.
E isso me envaidece
Estive ontem mais de duas horas a conversar com um adepto do Benfica. Chama se António Lobo Antunes e é, alem de benfiquista, um grande escritor. Um dos maiores do mundo. Sempre que lhe dão um prémio literário, e já lhos deram quase todos, fica mais prestigiado o prémio do que ele. Tem diplomas, medalhas, vários quadros de grandes pintores que quiseram pintar-lhe o retrato. Creio, por isso, que os leitores não serão capazes de lhe censurar a vaidade se disser que, em casa dele, na parede do quarto, está, emoldurada, a sua ficha de inscrição como sócio do Sport Lisboa e Benfica. Cada um tem as suas honrarias, e a vontade de exibir as maiores é apenas humana. «É extraordinário», disse ele a olhar para a moldura, «como um clube fundado por órfãos da Casa Pia - ao contrário do Sporting, fundado por um Visconde, e do Porto, fundado por banqueiros - consegue...» E, entretanto, faltaram-lhe as palavras.
«É extraordinário», limitou-se a repetir. Confesso que fiquei desapontado. Afinal, um grande escritor não fazia milagres: quando alguma coisa era do domínio do indizível, não havia vocabulário, nem talento, nem nada que lhe valesse. Mas, nesse mesmo segundo, Lobo Antunes desmentiu-me. Encontrou as palavras que lhe faltavam, e começou a recitá-las: «Domiciano Barrocal Gomes Cavém. José Pinto de Carvalho Santos Águas. Mário Esteves Coluna. Alberto da Costa Pereira. José Augusto Pinto de Almeida. Ângelo Gaspar Martins. António José Simões da Costa.» Assim mesmo, com os nomes completos e sem hesitações. Mais adiante, nessa mesma tarde, António Lobo Antunes haveria de declamar um poema de Dylan Thomas. Mas não voltou a ser tão poético como naquele momento, à frente de uma ficha amarelecida por mais de 60 anos.
Antes de nos despedirmos, ainda registámos uma coincidência. No dia 23 de Maio de 1990, eu tinha 16 anos e estava a chorar em minha casa; António Lobo Antunes tinha 47 e estava a chorar na dele. Claro, Lobo Antunes é um génio, e eu sou apenas, e só quando consigo, eu. Mas, ao menos naqueles minutos que sucederam à final da Taça dos Campeões (duas ou três horas, no meu caso), a minha sensibilidade foi igual à dele. Não é a primeira vez que o Benfica faz de mim uma pessoa melhor, mas nunca deixa de ser surpreendente.
Feito este curto mas importante parêntesis, para a semana voltarei a dedicar-me às grotescas incongruências de Rui Moreira e Miguel Sousa Tavares, que é para isso que cá estou.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
O Bom Gigante.
Outras, por outro lado, são de uma bondade louvável.
José Torres, falecido por estes dias, parece-me caber nesta estreita gaveta. O Bom Gigante, como era conhecido, figura lendária do SLBenfica dos anos 60, incorporou a Mística, o ancorar do núcleo que suporta a memória colectiva, de anseios e aspirações, desta enorme instituição.
Por nunca o ter visto jogar, por não ter assistido às memoráveis conquistas da sua altura, não deixarei de ser sensível ao seu epítopo e ao que representa para o meu clube.
Porque é assim, de pessoas extraordinárias que, em determinados momentos, pelo seu carácter, acabam por constituir parte da memória colectiva, que são feitas as Lendas.
A mim, mero peão, peça minúscula e insignificante na grandeza que, por pessoas assim, se constituiu o Sport Lisboa e Benfica, resta-me agradecer.
Porque não era Gigante apenas por chegar de cabeça onde os outros só chegavam com o olhar.
Era Gigante porque se agigantou.
Era Gigante porque o seu legado nos obriga a sê-lo.
ainda sei o que fizeste no verão passado.
O impulso de querer absorver tudo. De uma só vez.
De não estagnar.
De não se contentar.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
becos.
“A CE, um eufemismo”, El Independiente, Madrid, 29 de Agosto de 1987
domingo, 20 de junho de 2010
Para continuar a acreditar que se continua vivo.
Que não se morreu.
Que a morte, essa, apesar de não ter ainda chegado, apenas existe para dar sentido à vida.
Chegará, felizmente, um dia.
Aí, acreditarei, piamente, que lutei com quantas forças tive.
Que fui inteiro, em todos os momentos.
Que, como alguém disse, a empurrei para trás.
Que fui dilatando o espaço da vida.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Seis.
Sinto isso, nitidamente, basta, para tal, arrastar-me para o fundo destas páginas.
Mas continuo. Como no princípio. A acreditar que preciso de encontrar a réstea de Absolutidão.
Que faça tudo o mais valer a pena. Inequivocamente.
Não acreditas, bem sei. Prefiro-o assim, aliás.
Mas o desespero suga-me toda a vontade de viver.
domingo, 2 de maio de 2010
Reagrupar.
Vandalismo em várias casas do Benfica, espalhadas um pouco por todo o Norte do país.
Arremesso de bolas de golfe, garrafas de vidro.
Agressões brutais a duas senhoras que, ingénuas, não esconderam os cachecóis do Benfica quando passaram por um grupo de neandertais azuis.
Isto foi o que a imprensa noticiou, o resto cabe-nos imaginar.
Mas sabem que mais?
Não interessa.
Gostaria, gostaríamos todos, de ter feito a festa hoje. Mas não jogámos o que temos vindo a mostrar e, além disso, deixámo-nos intimidar pelo ambiente de II Guerra Mundial.
E tu, Olegário Benquerença, bom trabalho em excluir jogadores do próximo jogo com cartões amarelos estratégicos.
Vocês, meus caros, ficam-se pelo terceiro lugar. Nem mais, nem menos. Terão uma semana para desejar o nosso mal, é tudo o que vocês têm. Tudo o que vocês são.
A nós? Bem, a nós cabe-nos continuar. Somos o SLBenfica, não nos lamentaremos.
Daqui a uma semana, voltarei a este sítio e direi qualquer coisa que nunca poderá ser compreendida por gente que atira objectos ao treinador da equipa adversária, atingindo-o na face.
A atitude mantém-se.
Os vossos esquemas, jogadas de bastidores, não são novos, não surpreendem.
Apenas digo o que disse há largos meses atrás.
Oxalá nem isso vos seja suficiente.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Escrito na pedra.
Em que faltam alguns jogos do calendário, difíceis, e em que existe a possibilidade, remota, espero eu, de sermos ultrapassados na classificação.
Achei por bem, nesta altura, antecipar os comentários da praxe.
Se, como desejo, festejarmos o 32º título de Campeão Nacional, dir-nos-ão que o Benfica foi levado ao colo. Sim, levado ao colo, adoro esta expressão.
Adoro, sem dúvida, sobretudo porque corresponde à verdade. Levados ao colo, absolutamente.
Levados ao colinho, Jesus e os seus rapazes, por uma multidão de Benfiquistas incondicionais. Daqueles que apanham molhas monumentais na Luz, mas não ficam em casa.
Daqueles que empurram a equipa para a frente quando as pernas falham. Daqueles que arregaçam as mangas e pegam na equipa ao colo. Até as malhas da baliza contrária abanarem e da Catedral ecoar um grito assombroso.
Daqueles que, após a derrota em Liverpool por 4-1, vão esperar, as 3h da madrugada, a equipa ao aeroporto. Não para insultar e apedrejar como alguns adeptos dos nossos "rivais" fazem. Não. Para incentivar, para aplaudir.
Para dizer aqueles rapazes que, apesar da derrota, eu e milhares de outros Benfiquistas sentimos um enorme orgulho. Porque não regressou nada a Lisboa, ficou tudo em campo.
Para ver Javi Garcia abraçado a um adepto, indeciso entre o sorriso amarelo que lhe invadia o rosto e as lágrimas que teimosamente lhe escorriam.
Ganhámos a Taça da Liga, é certo, Limpinha, contra um rival.
Mas o título de Campeão é prioritário.
Por isso, quando ainda não está ganho, achei que devia dizer qualquer coisa.
Porque, independentemente de como as coisas terminem, eu, enquanto Benfiquista, tive um orgulho enorme nesta equipa.
Porque temos sido incomparavelmente melhores que a concorrência? Sim, sem dúvida.
Mas também porque mostrámos, perante a inveja miserável e mesquinha, uma classe que aos olhos de muita gente não chegará.
E isso, o ser Benfica, o não conseguir conter lágrimas de paixão perante o orgulho de fazer parte do Enorme, Glorioso Benfica nunguém nos tira.
Por muito que nos digam que fomos levados ao colo.
Numa altura em que ainda nada está ganho.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Assimetrias II
Acerca das escutas a José Sócrates: "Uma vez reveladas, devem ser investigadas".
Concordo inteiramente.
Acerca das escutas ao presidente do clube assumidamente corrupto: "Uma canalhice que nem ouvirei".
Coerência, claramente. Vindo deste senhor, é só rir.
Para finalizar, alguma malta adepta do fcp foi esperar a comitiva do Glorioso Sport Lisboa e Benfica a Matosinhos, para a brindar com a verborreia habitual que ouvem em casa quando o pai, após passagem na taberna, chega a casa e carrega na mulher.
Sinceramente, não vale a pena. A sério, fiquem em casa. Assim não vão a lado nenhum.
Viram a resposta que vos demos? Viram? Eu vi, deu na RTP1, na noite de ontem, e foi um tanto ou quanto gira.
domingo, 21 de fevereiro de 2010
A Náusea.
Duas equipas, separadas por 8 pontos, jogam entre si.
Qual o som proveniente das bancadas?
Incentivo a ambas as equipas? Cânticos de apoio?
Ui, qual quê?
SLB, filhos da ****, SLB, filhos da ****, SLB...
O que é que a minha mãe tem a ver com isto, pensei eu?
Extraordinário.
Tenta o anti-Benfica, o segundo maior clube português (segundo porque os anti nunca alcançarão a grandeza de, antes de mais, se ser pró) crescer, fazer-se notar, emancipar-se, mas o melhor que consegue é isto. Um assomo de brutidão, podridão, num último esforço de existência, através da conduta habitual, de insulto gratuito, convictos de que nos atingem. A nós. A quem, no futebol, não se regra por violência ou cânticos de insulto rasca, apenas pela Chama Imensa, pelo Orgulho Muito Seu.
Nojo.
É tudo o que tenho para vós.
Obrigado, de qualquer das formas, por pensarem em nós. Sempre presentes.
Prometo que vos continuaremos a aquecer os cotovelinhos.
Sem insultos às vossas progenitoras, apenas longe, lá longe.
E Pluribus Unum.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Acabou-se a vergonha.
Uma mão cheia de nada.
Pérola de um lagarto a assistir ao derby sporting-SLBenfica (resultado final 1-4)
No fundo, não és mais do que as tuas palavras. Uma tristeza, uma vergonha para ti mesmo.
Não atinges ninguém, ao contrário do que pensas. Não é insultuoso, não magoas, não chateias os Benfiquistas. Não consegues.
Continua, pessoalmente acho muito bem. Destila o ódio que conseguires, essa nobre e elevada palavra, sobretudo aplicada no campo do futebol.
Nós? Bem, nós continuamos. Alimentamo-nos de fervor, Mística. Acreditamos, incentivamos os nossos.
Caímos, levantamo-nos, comemoramos. Estamos lá.
Choramos, lambemos as feridas e olhamos em frente.
Não desistimos, somos fiéis.
Porquê? Porque somos SLBenfica e nunca duvidámos disso.
E porque tu, caro amigo, por muito ódio que propagues, muita disposição que tenhas em desejar o nosso mal mesmo que isso não te beneficie, ficaste longe, muito longe de onde nós chegámos.
Porque, no fundo, nunca saíste da sarjeta fétida que enclausura a mentalidade de quem reproduz o excremento que saiu da tua boca.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Em fecho de ano. De ideias.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Bem embrulhadinho.
Nicles.
Niente.
Um boi.
O Inferno da Luz.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
E é isto.
domingo, 1 de novembro de 2009
Não lamentarei uma linha.
Que me envolvo demasiado.
Que há coisas mais importantes.
E eu digo-te, a ti, que me assusta a falta de convicção.
A mediania. O deixa lá... O não podes fazer nada...
Não entendes, eu sei. Fico feliz, no fundo, por isso.
Não seriam para ti, de qualquer modo.
Também não sonharás o que sinto ao andar de cabeça erguida, de cara lavada.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
sábado, 5 de setembro de 2009
Da psicologia educacional.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Daniel Oliveira
Apesar de não ser um dos cronistas que mais aprecio, o presente texto de Daniel Oliveira espelha com assustadora fidelidade o que por lá se passa.
Então o carro é mandado parar, ninguém liga nenhuma, seguem o seu caminho pacificamente, apesar de deixarem para trás um homem ferido no chão, e a psp do porto já veio dizer que não houve desobediência à autoridade?
Poder-me-ão dizer que o apito seria, quiçá, made in china, de um timbre imperceptível, com um raríssimo defeito de fabrico que inviabiliza que seja ouvido.
Poderão alegar que todas as excelentíssimas personalidades que dentro de tão prezada viatura se encontravam terão o nervo coclear destruído e um síndrome de surdez selectiva para apitos da autoridade policial.
Poder-me-ão dizer que foi o insaciável jornalista que, qual kamikaze, se terá atirado para a frente da viatura.
Poder-me-ão dizer que foi um "contacto usual", apesar de, para as restantes pessoas deste país, ter outro nome, atropelamento e fuga, que, por acaso, é crime, punível com prisão.
Poder-me-ão dizer que é normal, que a psp do porto fez o que lhe competia, e que o exagerado sou eu ao achar que, alegando que não houve desobediência à autoridade, apesar de um polícia fardado e identificado ter mandado parar o carro, estão completamente a gozar na cara dos milhões de pessoas sérias deste país, que não atropelam pessoas, param quando a polícia manda e ainda acreditam que a justiça é para todos, tratamento policial igual para todos, regras iguais para todos.
Se me disserem tudo isto, rio-me como se o amanhã mais não fosse do que o improvisado final da mítica sequela da Anita e gabo-vos o par de gónadas. A sério, será preciso tê-las bem no sítio para engolir e pactuar com isto.
E, no fim, responderei, somente, com um indelével espasmo de pensamento, de quem não ousará exercitar, mais uma única vez que seja, as suas cordas vocais: "Foda-se".
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Embates.
Com mística, entrega, dedicação, à imagem do Clube de todos nós, assim se espera a postura dos onze da Luz.
Porque há alturas em que as poupanças de esforço, a economia dos demasiados, são as primas feias da cobardia que ninguém convidou.
O que realmente interessa.
Bella Gutmann, falecido há 28 anos
Palavra de honra que este é um daqueles momentos em que amaldiçoo a minha sorte por não mais conseguir do que uma escrita pouco cuidada. Não vou, por isso, envolver-me em demasia e contentar-me com a pertença ao rebanho. Deixo a notícia falar por si.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Sai da minha frente que eu quero passar. E além disso tenho uma pistola no coldre.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Repulsa.
Os autores do espancamento – Adriano necessitou de tratamento hospitalar a um traumatismo craniano – estão identificados pelo brasileiro que deverá, afinal, ser emprestado ao Sp. Braga até ao final da temporada. Há muito que o atleta temia o episódio do último domingo e não tem dúvidas em ligar a agressão à claque azul-e-branca. Fonte próxima de Adriano garantiu ao CM que o jogador sabia do risco que corria ...
HISTÓRIA DE VIOLÊNCIA COM VÁRIOS EPISÓDIOS
Costinha, Paulo Assunção, Co Adriaanse, Luís Fabiano, ou até mesmo o basquetebolista Matt Fish, são alguns dos que contam com episódios de violência nas respectivas passagens pelo FC Porto.
Em 2008 e após três épocas como titular no FC Porto, Paulo Assunção colocou entraves à renovação de novo contrato e recorreu à Lei Webster para rescindir e viajar para o Atl. Madrid. Antes disso, o médio teve um aviso de quatro homens à saída de um treino no Olival. "Disseram-me que se não renovasse, me davam um tiro no joelho", contou.
O técnico Co Adriaanse, em 2006, viu o seu carro ser pontapeado junto ao mesmo Centro de Treinos. Os agressores recorreram a tochas para assustar o holandês.
"Fui ameaçado, mas como tenho um amigo na cidade do Porto, o caso foi pacífico", revelou publicamente Costinha, campeão europeu em 2003/04, que acrescentou: "Luís Fabiano [n.d.r. hoje internacional brasileiro] deixou-se apanhar pelo medo."
Em 2000, o americano Matt Fish terá sido agredido por resistir à rescisão do contrato com o basquetebol do FC Porto.
NOTAS
RODRÍGUEZ: PEDRADA NO CARRO
Em Outubro de 2008, num início menos feliz no FC Porto, Cristián Rodríguez foi insultado e levou ainda com uma pedra no carro, após uma derrota (2-3), no Estádio do Dragão, com o Leixões.
RAUL MEIRELES: GARRAFA
Em entrevista à ‘Sábado’, Costinha relembrou um episódio de 2004/05: "No aeroporto, o Raul Meireles, que teve o azar de fazer um autogolo frente ao Nacional, levou com uma garrafa"."
Isso, continuem, caros adeptos, uma vez que a Justiça insiste em padecer de autismo severo por essas muy nobres terras nortenhas e a Autoridade Policial muito se orgulha de uma figura patética, de favorecer a mais gritante impunidade a criminosos que não hesitam em agredir os atletas do próprio "clube" (há quem designe aquele pântano por múltiplos epítopos, socorro-me de parêntesis para não ferir sensibilidades).
Não se acanhem, não deixem que umas quaisquer Leis vigentes neste país vos toldem o pensamento. Não hesitem. Não vos agrada, confiram asas à vossa imaginação e engendrem novas e criativas formas de persuadir os pobres coitados dos jogadores a agir no melhor interesse do "clube". Traumatismo craniano é, aliás, veiculado segundo diversas correntes médicas, como «efeito secundário recorrente, benigno e sem importância alguma, resultado de uma conversa civilizada e instruída entre, de um lado, atrasados mentais e, do outro, capangas nortenhos com a quarta classe, uma típica confusão entre algumas letras do alfabeto e a mais absoluta crença de que a Polícia não agirá contra si. Caracteriza-se por, os primeiros, aquando do tratamento hospitalar, terem, como última recordação, a saída das instalações azuis e brancas, um empurrão para o chão e o que designam por "monumental carga de porrada", acompanhada dos não menos típicos "oube bem, meu cabrõm, faz o que o xôr presidente manda, aqui nõm pias, ou comes ou lebas"...»
Não estão aqui em causa meras afeições clubísticas. Muito longe disso. Trata-se da absoluta necessidade de qualquer pessoa de bem, que ainda acredite que Portugal deva ser um Estado de Direito, repudiar este estado de coisas, sentir o mais absoluto nojo por, num recanto deste país, existir um microclima, destinado a proteger ad eternum certas pessoas, que se rege por regras muito próprias e não presta contas por aquilo que faz. Por não se coibir de utilizar todos os meios ao seu dispôr para atingir o que pretende, transgredir todas as regras, e, cereja em cima do bolo podre e a tresandar a bolor, não acontecer nada. Absolutamente nada.
Não vale tudo. Não pode valer tudo.
Ignoremos, então, a estratégia de intimidação, ameaça e agressão física que caracteriza esta gente. Ignoremos a recorrência com que estes episódios acontecem. Ignoremos que são os próprios jogadores agredidos a apresentarem queixa e a acusarem, a identificarem inequivoca e claramente os agressores. Ignoremos também que a Autoridade Policial e Judicial, cobarde e rastejante, está a par de tudo isto, sabe perfeitamente o que deveria fazer, mas que estes indivíduos, violentos e criminosos, gozam de tanta liberdade como qualquer um de nós.
Ignoremos tudo isto. E talvez acreditemos que vivemos num país a sério.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Stay away from the light
Miguel Guilherme entrevistado por Laurinda Alves
Jornal i
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Deixas.
Seria esta, segundo consta, a frase que Raul Solnado queria inscrita no seu epitáfio.
Ao encontro da enorme vontade, reiterada por quem de perto o conheceu, que este senhor tinha de viver.
Tem, realmente, qualquer coisa.
Chega para me calar.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Pausas.
Abriu telejornais, foi capa de todas as publicações diárias.
"Jogador português revoluciona mercado do futebol, contratação astronómica, a mais cara de sempre..."
Decido, no entanto, ir contra a opinião reinante. Por quem é, sobretudo na altura em que estamos e por toda a miséria que por aí se vê.
Profunda repulsa.
Adiciono, já agora, um feliz momento do craque português. Num jogo disputado contra o SLBenfica, no Estádio da Luz.
Portugal, portanto.
Perante espectadores do clube da casa.
Portugueses, portanto.
Digam la, é ou não é um docinho, este rapaz...?
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Desvios.
Que não fui capaz de vir para casa sem te ver uma vez mais.
Porque casa é isso mesmo, com quem e para quem gosta de nós, por quem vale a pena.
Que a tua camisola azul não me deixa fechar a porta.
Que este nó na garganta, aquele aperto no peito, têm a tua voz estampada na minha memória.
Essa, onde estás, onde os teus cabelos enrolam a minha face, onde as saudades que tenho de ti me roubam lágrimas arrancadas de dentro.
Obrigado por isso. Por não me deixares cair.
terça-feira, 28 de abril de 2009
As estranhas coincidências do minuto 58.
Alguém quer explicar a substituição? Pontaria de Carlos Cardoso, que na véspera até vaticinara uma “gracinha”? Sorte de Jesualdo Ferreira, que via o placard a andar para trás? “Com a saída dos dois jogadores, o FC Porto passou a ter mais espaço e mais linhas”, respondeu Jesualdo. “Já não atacavam com a mesma intensidade”, justificou Carlos Cardoso."
in Público, edição de 27 de Abril de 2009
Então, espera, o treinador adversário, aquele que, primeiramente, deveria zelar pelos interesses do Setubal, retira os dois jogadores mais perigosos, curiosamente, emprestados pela tal agremiação nortenha, quando o resultado está 0-0? Momento a partir do qual o fcp consegue fazer golo...?!?! Retirar os melhores jogadores da sua equipa quando está empatado é a forma de se conseguir ganhar o jogo?!? Huummm...
Alguém podia dar uma explicaçãozinha, que a minha grotesca ignorância é incapaz de alcançar tais nuances de genialidade...
Coincidência ou não, perguntava o senhor jornalista? Tenho um palpite, sim senhor...
Realmente concordo com o senhor jornalista, a quem endereço desde já os meus parabéns, pelo profissionalismo de, através de jornal "Público" sediado na cidade do Porto, ter conseguido elaborar uma peça jornalística factual, imparcial, limitando-se a apresentar dados irrefutáveis sobre a forma circense com que se faz um campeão. Circense e nauseabunda.
Sois, natural e espontaneamente, qualquer coisa de transcendente. Desafio-vos, por isso, no próximo ano, a serem novamente campeões, mas, para variar qualquer coisinha, meramente por aquilo que consigais fazer dentro de campo, e deixando estas jogadas "laterais" em que sois doutorados...
Corrupção, com todas as letras, então.
Desejo-vos, por tudo isto, canalhas, pulhas e mentirosos, pelo nojo de que não passam, um apodrecimento lento e atroz, uma sublime viagem para a fossa de onde saíram.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Malta do lápis azul.
A frase que não foi vista no dia 8/02/09 no Dragão, no último fcp - SLBenfica, porque a digníssima PSP do Porto não o permitiu...
Uma questão de segurança pública, certamente.
Ridículo.
Mas nós somos cá de baixo. A reter.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Indefinições.
Indefinidamente, à espera das palavras certas.
As palavras certas que falassem por mim. Sem sombras.
Não apareceram.
Sobrou o nó na garganta.
Um chato, digo-te.
Além da certeza que poucas coisas me tiram as palavras. Basta-me não olhar para os teus olhos, claro.
Ah, lembrei-me destes versos de uma música. Achei-os adequados.
"Held together, holding each other
With no one else in mind
Like two atoms in a molecule, inseparably combined"
sexta-feira, 27 de março de 2009
Então porque é que um tipo insiste?
Franz Kafka, Páginas Íntimas
sábado, 7 de março de 2009
Delongas.
Não é, mesmo.
Mas o sol de minha casa é o melhor sol do mundo.
Atinge-me e não me dá hipótese de querer qualquer outra coisa.
De fugir.
Refastelo-me. Conformo-me, sentado na cadeira pintada de verde.
Contemplo.
Manhãs de sábado, então banhadas de sol, têm mesmo qualquer coisa.
Entrego-me, incondicionalmente. Não esboço a mínima reacção. Sei que seria inútil.
Gosto. Gosto mesmo. Assim.
Dá mesmo, mesmo bem com o teu sorriso.
Tu.
e não sei o que possa querer dizer
"nós" é aqui
disso tenho a certeza."
Rosa Alice Branco
quinta-feira, 5 de março de 2009
Cativeiros.
[Amin Maalouf, Origens]
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Extraído de "O fiel jardineiro"
Que o meu coração, infantil, atabalhoado, precipitado, continue a bater aceleradamente, descompassadamente, quando te vejo. Que dispare, ímpossível de suster, de conter, disfarçar, quando me surjes e não estou à espera.
Amar-te. Agora. Hoje. Ontem.
Aqui, onde estou, onde quero que estejas.quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Sinopses
Estupidamente, em vão. Mas tanto que eu tentei.
Deixei de ver os Contemporâneos naquela noite de 5ª feira, para te afugentar.
Ao fechar a porta de casa, estava convicto de que iria fazer a coisa correcta.
Um favor, no fundo, que te ia fazer.
Tentei resistir-te.
Não fazes ideia de como tentei.
Do resto, bem, do resto, não me lembro bem.
Sobrou o teu sorriso.
A tua mão.
A tua sombra, cujo perfil não encontrei, nas escadas de minha casa, domingo à tarde.
Ao meu lado, entre mim e o prazer despreocupado de uma leitura preguiçosa sob um sol delicioso.
Tu. Tu e essa tua mania de me fazeres derreter.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
21
Aniversários, então.
Obrigado por teres lá estado comigo.
P.S. Sim, avó, estou quase a ficar um homem.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Nós, aqui. Sozinhos.
A castigar falta inexistente de Yebda sobre Lisandro?
Mas se a falta é inexistente, porquê castigá-la?
O rapazola atira-se ao chão e recebe um rebuçadinho?
Terá ajudado a coincidência de, num dos lados, termos o SLBenfica, e, no outro, o jogo se disputar naquela construção com relva mais a norte, a que chamam "Dragaoum"?
É engraçado, o tal castigo sem motivo ter ajudado o porto a manter o 1º lugar e ter impedido o SLBenfica de vencer em casa do referido clube e assumir a liderança...
Há erros que dão um jeitaço...
É por coisas deste género. Esta e muitas outras a que assisto regularmente aos domingos, sentado no sofá.
Coisas deste género que me causam náuseas ao pensar, sequer, em não ser Benfiquista, com todas as letras.
P.S. Lisandro, és realmente o maior.
Subtraindo o nojo visceral que despertas ao sair de campo aplaudido, após teres simulado um penalty, és um tipo espectacular.
Diz muito, realmente, de quem és, de onde jogas, e de quem te aplaude.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Folha seguinte.
Daqueles que nos saem de dentro e que nos permitem perceber o que faz de viver uma coisa tão irrecusável. Por que viver. Por tudo isso e todas as outras coisas mais.
Pelo inesperado.
Acho muito bem que continues a escrever, a desenhar, nos meus acetatos de fármaco.
Que continues a escrever-te, a desenhar-te, na minha memória.
Obrigado.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Fugacidades.
Mesmo através do vidro de um comboio.
Mesmo sendo um sorriso de despedida.
domingo, 4 de janeiro de 2009
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Adivinhações.
Her house and its yard turns into home...
The gate that i shut last time i got hurt
seems to have opened itself..."
E não vou dizer mais nada.
Mesmo que tivesse qualquer coisa para dizer.
Que não tenho.
domingo, 28 de dezembro de 2008
Começos.
to see what i've done
and it's fine
so come and let's start
i'll give you all my heart
this time
don't walk away
cause baby i will love you more
i have this feeling
you're who i've been looking for
so close your eyes and read the signs
it's time to soar
you came to this world
to change what i've done
it's alright
but now you must dare
you can't pretend you're there
if you're mine
don't walk away
cause baby i will love you more
i have this feeling
you're who i've been looking for
so close your eyes and read the signs
it's time to soar
don't walk away
cause baby i will love you more
i have this feeling
you're who i've been looking for
don't turn away it's time to stay
there's nothing more
Rita Redshoes, The Beginning Song
É daquelas simples.
Daqui a uns anos, provavelmente ninguém se lembrará dela, mas eu gostei.
Por isso, não te afastes.
É tempo de ficar.
De ficarmos.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Antecâmaras.
De, por entre incontáveis clíchés de significado obscuro e, com mestria, codificado, sobrar qualquer coisa. Qualquer coisa que resista.
Uma réstia de Absolutidão.
Que faça o resto valer a pena.
De outra forma, é capaz de ser confuso. E insignificante, o que não deixa de ser assustador.
Reduzir o que me assusta, o que me ocupa.
Encontrar espaço para os outros, atenção para o tipo do lado.
É capaz de ser parte da receita do dia 24, dizia o tipo da revista.
Posso fazer um esforço, dizia, a contra-gosto, o menino.
Desconfiado, lá acedeu.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Ontem, à noite.
E levou.
Lá fomos os três.
Às tantas, fartos de tantos perfumes, livros e umas quantas inutilidades típicas da época, começámos a divagar.
Típico, em nós, mas nunca nos fartamos.
Desta vez achámos engraçado dissertar acerca do presente ideal. Aquele mesmo, mesmo fixe, que nunca se oferece porque nenhuma loja tem. Lembramo-nos sempre dele, é claro, aliás imaginação para prendas é coisa que toda a gente tem em excesso mas, azar dos azares, nunca está à venda.
Então, alheando-me da parvoíce que se ia debitando, lembrei-me.
Lembrei-me de uma série de coisas.
De um sorriso, de uma angulação irremediavelmente perfeita do olhar com os raios de sol.
Perfeita todos os dias, em todos os lugares.
Lembrei-me do quão genuinamente nos podemos sentir afortunados. Bafejados pela sorte, pelo acaso de darmos de caras com o que queríamos, há muito, ter encontrado.
Lembrei-me.
E fiquei caladinho.
Quis guardar só para mim.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Dia dois.
Sou, realmente, um sortudo. Daqueles que, sem saberem ler nem escrever, vêem a sorte cair do cèu.
Aos trambolhões. Direitinha para o seu bolso.
Gosto de ti. Gosto de ti todos os dias. Gosto de ti por tudo e por nada.
Certamente não precisarei de um motivo para tal.
Se precisasse, as saudades que a tua ausência em mim desperta, falariam por si. E calar-me-iam, insultar-me-iam por, mesmo que por breves momentos, ter ousado pensar que precisaria de uma razão para gostar de ti. Mas não preciso.
Não serei idiota a esse ponto.
Ajudaste-me a abrir os olhos. Será de olhos abertos que não largarei a tua mão.
Gosto de ti. Mesmo.
Ponto final.
domingo, 21 de dezembro de 2008
Dia um.
Gostava de ter ficado, de poder pedir que, naquele momento, a tua manta enrolasse também o meu corpo.
Junto do teu. À tua beira.
De não ter que implorar por mais tempo. Em vão.
Cheguei a sentir inveja de hoje, quando acordei, não poder voltar àquele vão de escada.
De olhar para ti e alimentar o desejo de ter-te comigo, contemplar o teu sorriso enigmático. Esse mesmo, adorável.
Não me esquecerei, de qualquer das formas.
Terei comigo, para sempre, o que senti. Para sempre, a sofreguidão com que cunhei, na minha memória, o que sinto por ti.
Sempre.
sábado, 20 de dezembro de 2008
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Resquícios. Indícios.
Aquela porra saiu toda ao contrário. 4 jogos, 3 derrotas e 1 empate. Taça UEFA já era.
Seria bem melhor termos passado à próxima fase.
Termos sido menos mediocres, mais capazes e mais dignos da grandeza do Benfica.
É tarde, agora. Não interessa ficarmo-nos a lamentar, a contar histórias.
Passavam 3 equipas em 5 e o Benfica devia ter passado.
De caras. Porque é o Benfica.
Mas não passámos.
Resta o Campeonato. E nisso somos primeiros.
Não nos esqueçamos que ser benfiquista é feito disto mesmo. Perder, cair. Mas levantarmo-nos.
Sacudir a poeira com a certeza de que haverá um dia menos mau. Com a certeza de que, quando vencermos, nunca o abandonámos.
Nunca esmorecemos no apoio ao nosso clube, nunca duvidámos daquilo que é parte de nós. Daquilo de que somos parte.
Viva o Benfica.
Viva.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
No fecho
Ninguém vos pede que vençam por 8 golos de diferença.
Seria histórico, é verdade, mas as probabilidades não são boazinhas, convenhamos.
E eu tenho sempre medo de ir contra a frieza dos números, enfim.
Aliás, depois de tanta trapalhada em 3 jogos, consecutivamente, nem vos sei dizer se, mesmo cavando 8 golos nas trombas dos ucranianos, mereceríamos passar à próxima fase. A verdade é esta, quer se queira, quer não. E por muito que me custe.
De qualquer das formas, o clube que representam deve sempre estar acima disso. O vosso e o nosso brio devem falar mais alto. Até porque muitos milhares de adeptos irão ao Estádio.
À Catedral, ver o jogo. Irão, apesar de tudo, torcer por vocês, torcer pelo Glorioso.
Por isso, já que nos deixaram cair, a nós, adeptos, que sofremos pelo Benfica como vocês nem sonham, vejam o que fazem amanhã.
Para vocês, acredito, não mais será do que um jogo. Um contrato, um salário no fim do mês.
Para nós, para mim, é qualquer coisa de Eterno.
Porque, no fundo, e apesar de tudo, nós somos o SPORT LISBOA E BENFICA.
E nós, aqueles das bandeiras, dos cachecóis, das lágrimas e das chegadas a casa com a voz feita num trapo, nunca vos deixámos sozinhos.
Por muita merda que vocês façam.
Soltas
Esse, dormente, com gritos de espasmo.
Os teus olhos, impassíveis.
E a impossibilidade de resistir.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Horas Encurtadas.
Sorrisos que nos confortam por dentro.
Palavras. Gestos Incomparáveis.
Pessoas que nos fazem viver.
Obrigado.
Por estares aí. Por me ouvires.
Dívidas dissolvidas.
A garantia não será, necessariamente, posta em cima da mesa, mas arriscaria Graham Green, citado no prefácio de O Hussardo.
Fosse o senhor ou não, provavelmente, terá sido proferida a coisa mais acertada do dia.
Isso e que o SL Benfica é o maior clube do mundo. Civilizado, pelo menos. Mas isso é conversa de outro dia.
Andando.
Já viram que subscrevo a frase, portanto. Faz sentido, até ver.
Aquele sentido que não vês com os olhos vendados.
O sentido que não agarras quando ela, a tal, te fala ao ouvido e queres acreditar que não é para ti.
Mas emendaste a mão. Tiraste a venda. E reparaste que o mundo em que não havias, até então, reparado, era mesmo qualquer coisa.
Qualquer outra coisa.
Agradece-lhe, pelo menos, ter-te conseguido fazer escrever esta espécie de texto.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Inventários alheados.
A BenficaTV finalmente arrancou.
Agora acabam-se as TVI's e os Gouchas a inundarem as manhãs deste país tão sui generis que alguém, um dia, teve a péssima ideia de dar para adopção nas mãos erradas. Chamou-lhe Paraíso do Horizonte Curto. Do latim Portucale.
Vou tentar estragar o comando da televisão cá de casa. Ninguém tira da BenficaTV.
Excepto se o jogo do Glorioso passar noutro canal qualquer. Aí posso pensar duas vezes.
Mas no intervalo volta para a BenficaTV, claro.
Ela, sim, a tal que estás a pensar, já passou por aqui. Espero que fique, que não se vá embora. Logo agora que agarrei a mão dela. Que não a quero largar.
Que não saberia como a largar.
Por último, hoje foi quarta, amanhã é quinta e estamos em Dezembro...
Pois, não é grande motivo, mas disse que seriam três e não sei como subir o cursor para emendar para dois.
Isso, já desliguei, boa noite para si também.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Por andar.
Já dizia o meu pai. Por outras palavras, é certo, mas a ideia é dele.
A César o que é de César.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Perspectivas: fuga para a frente.
Maria de Lurdes Rodrigues, citada no Expresso, 6/12/08
Imaginemos que somos responsáveis pela Educação num país tão giro como Portugal.
Imaginemos que nos sentimos capazes da proeza de, num só dia, empurrar 120 000 professores para as ruas, reclamar, protestar contra as medidas do nosso Ministério. Imaginemos que uma onda de descontentamento varre as escolas e que não se prevê que os professores voltem a votar no partido que nos sentou no cargo que, tão distintamente, ocupamos.
Imaginemos que o mundo desta senhora é uma estrada esburacada, com inimigos de ambos os lados. Sorte das sortes, vemos agora que o manómetro da gasolina está nas últimas.
E que, mesmo assim, somos capazes de fazer flores como ela. Tranquilidade, claro, acho muito bem.
Um dia, quando for grande, vou ser assim, disse o menino, extasiado.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Espasmo em contra-mão.
Lá encontras a falha e deixas o veículo.
Entras no shopping e estranhas a temperatura. A azáfama. A correria.
Abstrais-te e tentas lembrar-te do que tinhas para fazer. Uma série de coisas bem mais importantes do que estar ali, vês agora. Mas já é tarde.
E começas.
Entras e sais das lojas. Invejas uma série de coisas. Nada que precises, na verdade, mas também ainda não percebeste do que é que realmente precisas.
Sentes-te em dívida. As lojas e a oportunidade têm disto.
Se não sentes que deves compensar quem gostas vendo a sua cara em qualquer coisa com uma etiqueta acoplada, encontras coragem de achar que deves conceder um luxo a ti mesmo.
E é aí que soltas amarras.
Tudo aquilo te parece uma aproximação brusca à felicidade. À verdade.
Efémera, é certo, mas há uma qualquer ilusão inerente a tudo isto.
Nem te atreves a parar para pensar.
E eis chega a hora de sair.
Dizem-te que é Natal, que é tempo de viver qualquer coisa. E tu ficas sem perceber, ao certo, o quê.
Mas tens até dia 24. À noite.
De resto, para o ano há mais.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Acto. Reflexo.
Retomar o fio. Faz parte.
As três letras. Minhas, por minha vontade.
No oposto da corda. À distância do pensamento.
Tão perto, portanto. Já ali.
Aqui mesmo. Comigo.
Sexta à noite.
Em casa, enfim.
Da janela do número 2.
Li algures, num dia qualquer. Num daqueles sábados. Daqueles em que ler o jornal na minha antiga varanda me dava um prazer desapressado.
Não a achei particularmente verosímil. E já foi há tanto tempo.
Provavelmente por isso a decorei. Era ter-lhe dado algum valor especial e este post não existiria. E eu estaria no sofá, a absorver, avidamente, o consolo da minha lareira. Eis como perdemos todos, portanto.
Continuo a duvidar. Desta frase, particularmente.
Mas percebi que o oposto tem laivos de verdade.
Nada mais abrasivo que não aproveitar o que temos. Muito ou pouco, mas nosso. Por hora, pelo menos.
Traz-nos aquele amargo de boca. Horrível. De impotência.
De arrependimento.
Uma questão de ter vontade de continuar a viver.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Revelação no piso -1.
Pois, nada. Se perderam tempo a pensar nisto são ingénuos. Mas pareceu-me uma óptima forma de começar.
Sair de uma aula e abeirar-me da máquina. Rituais, enfim.
30 cêntimos para a cafeína, o cabo dos trabalhos para pegar na carteira, esquecida num recanto da pasta. Aguenta pá. Estás cheio de sono.
Introduza a quantia, café em preparação.
Pode retirar.
Agitar a colher.
Olha o lábio que isso está quente.
Olha o láb...
Avisei-te.
'Conseguiu tirar o café? É que tenho tentado tirar e a máquina já me levou 60 cêntimos.'
Por entre os goles cautelosos do meu café lá ouvi a senhora, queixar-se de uma máquina selecta a quem concede, aleatória e cegamente, a tão desejada dose de cafeína. Não podia fazer nada. Ouvia.
Também acho que ela só queria falar.
Despediu-se. Agradeceu-me pelo tempo dispensado.
Agradeceu-te pelo tempo dispensado, pergunta alguém que, ao engano, acedeu a estas páginas. Pois, também não percebi.
Preferiria acreditar nalguma tese conspirativa rebuscada. Num interesse oculto ou numa manipulação maquiavélica.
Mas a senhora tinha pronúncia da serra e acho que nunca mais me volta ver. Excluí a hipótese de um qualquer interesse premeditado.
Então sobra a revelação apocalíptica derradeira. De pessoas, daquelas genuínas. Boas pessoas. Que metem conversa só por meter. Como na terra da minha avó. Mas que não dizem que cada vez estou 'mais grande' e que me pareço com o meu pai.
A existência de pessoas que deixam rastos de gratidão. Daquela chocante. Da que te queres ver livre rapidamente. Simplesmente porque achas que nada fizeste para a merecer.
A existência de pessoas que te fazem sentir bem. Desinteressadamente. Sem querer. Sem te pedirem nada.
Porra, isso é que não...
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Inexorabilidades.
O murmúrio sorumbático no despedir do dia.
Os olhos da moça. Da minha moça.
As minhas pantufas azuis. Casa.
Coimbra ao anoitecer.
A lume
Mais uma rubrica ímpar do noticiário da TVI. Sim, noticiário, aquilo das notícias.
Promissor, desde já.
A ideia parece ser promover a interactividade com os espectadores. Quanto mais patética e ridícula melhor, presumo. Mas isso sou só eu, pessimista irrevogável. Não liguem.
Denunciem assaltos, roubos, pancadaria a professores, carjacking. Tudo, não sejam esquisitos. Nós também não somos.
A SIC insistiu em mostrar fotos de gente feliz em tempo de férias. Agosto ficou encardido de biquinis de gosto duvidoso e meninos a fazer castelos de areia.
Que ninguém nos diga que ficámos para trás.
Colaborem com a caixinha. O repórter que ostracizámos para Lamas de Olo à pala da neve nunca mais disse nada. Fazer o quê não interessa. O gajo também não perguntou. Come e cala.
Exacto, no noticiário da 20h. TVI.
Isso, só para não fugir.
Youtube. Memórias Colectivas. Anti-eméticos.
Porque merecem, de facto.
Falo dos vídeos do 'Mestre Alves', um suposto adivinhador com uma pronúncia que não engana um surdo. Muito menos um gajo com o nervo coclear em condições.
Adivinhador de quê? Pois, perguntam bem. Também não percebi, mas que ali há talento, isso há. Talento ou qualquer outra coisa que também não percebi. Defeito meu, certamente.
Adiante.
Sugiro que visitem. Passem por lá, a sério. Vejam, repitam.
Não digam que ninguém avisou.
Ao Porto Canal, pela amabilidade de ser uma referência no panorama jornalístico internacional. Por não se inibir de simular, com contornos assustadoramente reais, a mais pura e gratuita imbecilidade.
Portugal agradece. Logo agora que estão "3 ou 4% de frio".
O que quer que isto signifique.
Primperan para o menino da mesa do fundo.
Dilema Tardio
Isto é, o assunto para o presente blog não está definido. As frases cairão, presumo, mas a sequência lógica não será prometida. Se alguém tiver uma sugestão que avance.
Até lá, vou inventando.
O que sair.
O que calhar.
Profusamente.
Já mencionei que sou Benfiquista e que isso me envaidece?
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Cortar de fita
O relógio da minha vizinha de baixo marca o nascer de um novo dia. 0:00h, portanto. O dia não me recorda agora, mas deve ser um dia óptimo para iniciar qualquer coisa. Daí nascer o Monóculo Difuso. Meu, da minha autoria, portanto.
Porque um início é sempre qualquer coisa deste género. Ou então, uma óptima desculpa para interromper o que se estava a fazer. E mudar.
Não tenho grandes expectativas. Ainda bem, sem este ingrediente não ia a lado nenhum. Não que vá. Se for é mesmo para a cama. Porque amanhã tenho aulas e as propinas estão caras.
Pois bem, não sou como o Alberto João e isto de inaugurações não é para mim. Por isso, por aqui me fico, acalentando a esperança de que isto prossiga. Não que já tenha começado. Mas sempre estará mais avançado do que ontem.
Vou andando. Porque adoro escrever. Porque um início é sempre qualquer coisa deste género. Um vórtex Difuso. Visto pelo Monóculo de cada um. O meu, neste caso.